quarta-feira, 5 de setembro de 2018

OPORTUNIDADES OCULTAS NO MERCADO EMPRESARIAL

Observando o mercado empresarial brasileiro e tentando entender como esse mercado tem se comportado diante de tamanha crise econômica, é fácil identificar várias novas atitudes empresariais. Durante muitos anos ficou evidenciado que o mercado brasileiro sofre grandes crises econômicas sempre a cada seis a oito anos. O problema é que essa crise atual se fixou por causa de outros fatores que estão contribuindo para que o ambiente continue incerto. Dentre esses fatores poderemos pontuar aqui o descrédito geral da sociedade para com a política, além de decisões da suprema corte que trouxeram insegurança jurídica.

Diante desses fatos, grandes grupos empresariais resolveram desenvolver estratégias para dominar maiores fatias do mercado, sendo essa a possibilidade imediata de aumentar o seu faturamento uma vez que com a retração da economia houve uma diminuição da demanda no mercado como um todo diminuindo sensivelmente a busca por produtos por parte dos compradores.

Diante desse cenário uma grande empresa do segmento de turismo está comprando todas as consolidadoras (distribuidoras de aviação) do mercado nacional, essa estratégia tem por finalidade diminuir a quantidade de concorrentes e abocanhar uma maior fatia do mercado somando as carteiras de clientes e reduzindo os custos das equipes de atendimento de cada mercado regional.

Utilizando como metáfora a obra literária “A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL” dos autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne; é como se um grande tubarão do oceano vermelho mencionado no livro estivesse engolindo os demais tubarões um pouco menores, diminuindo a quantidade dos tubarões, mas mantendo a mesma quantidade de alimentos, ou seja, o oceano vermelho terá menos tubarões que dividirão mais alimentos entre si.



         Lembrando que a obra literária acima citada chama de oceano azul todo e qualquer nicho de mercado que ainda não tenha sido explorado em sua plenitude e chama de oceano vermelho os nichos de mercado que já atingiram a sua capacidade limítrofe, ou seja, já estão saturados e trata como tubarões todas as empresas que atuam nesse segmento.

           Temos também casos em que a identificação de um novo nicho de mercado esvazia outros nichos já saturados, pois ocorre uma migração dos clientes provocando um desequilíbrio no ambiente mercadológico. Utilizando paradoxalmente o conceito da estratégia do oceano azul, é como se em um oceano vermelho todos os cardumes fugissem imediatamente para outro oceano ainda pouco explorado, o problema nesse caso é que ao tirar o alimento do oceano vermelho os tubarões que lá estão, vão morrer de fome. E foi justamente isso o que aconteceu quando a Netflix entrou no mercado com um novo conceito de locação de filmes STREAMING, onde o cliente paga por mês o valor do que seriam duas locações em uma locadora convencional, para ter acesso a mais de 150 filmes e séries e a cada mês mais 150 ficam disponíveis. Como resultado, todas as grandes locadoras de filmes e games do Brasil fecharam as portas por falta de clientes.

            Às vezes a mudança não é assim tão drástica e a criação de um novo oceano azul permite que o antigo oceano vermelho continue como fonte de alimento dos seus tubarões, porém os tubarões precisarão aprender a fazer regime, ou seja, as empresas precisam aprender a reduzir custos e ainda assim melhorar a qualidade dos serviços prestados. Um exemplo disso é a criação da empresa UBER que obrigou os taxistas a melhorarem o serviço e a reduzir os custos tirando-os de sua zona de conforto ( quando precisam fazer longas viagens os taxistas não usam o taxímetro e cobram um valor estipulado por eles mesmos, com a chegada do UBER, que também faz longos percursos a um preço menor, os taxistas precisaram mexer nessa tabela para não perder os clientes).

Apesar de ainda precisar de legislação que o ampare, o UBER veio para ficar, trata-se de uma nova tecnologia e assim como a máquina de datilografia sucumbiu ao uso do computador, o UBER em algum momento da história vai assumir toda a clientela que hoje é atendida pelos taxistas. Mas esse dia ainda está longe, pois os taxis além de concessão municipal de órgão de trânsito são a referencia mundial de transporte individual e ainda tem muitos clientes fieis ao seu conceito.

Por ser mais simples e não precisar de tecnologia para acessa-lo o taxi se encaixa em um meio de transporte público padrão prático e de fácil acesso, ao contrario do UBER que para acessá-lo é necessário a utilização de um aplicativo em um smartfone. O lado bom de ser vinculado a uma ferramenta tecnológica é que os usuários do UBER sabem exatamente quanto vão gastar e acompanham em tempo real o deslocamento do veículo até o local aonde serão recolhidos bem como terão também em tempo real a informação de em quanto tempo chegarão ao destino final, sem contar que o UBER permite diferentes formas de pagamento ao contrario da maioria dos taxis que só aceitam dinheiro em espécie.

Com o advento do UBER, cooperativas de taxis passaram a oferecer sistemas aplicativos de smartfone onde a trajetória do veículo é rastreada, a placa e o nome do condutor são mostrados, o cliente pode enviar mensagens para facilitar a busca do condutor, alguns taxis passam também a aceitar pagamento em cartão de crédito, ou seja, funcionando nos mesmos moldes do aplicativo UBER e o cliente não precisou pagar nada a mais por isso.

Dessa forma, podemos concluir que sempre existem oportunidades ocultas no mercado empresarial e que cada vez mais as grandes empresas têm buscado um papel mais protagonista nesse mercado de oportunidades, seja criando novos nichos de mercado, seja inovando em mercados que já existem ou seja comprando espaço em mercados já consolidados, o mundo está em constante evolução e as empresas que conseguirem assimilar melhor a sua necessidade de evolução à ferramentas tecnológicas adequadas, dominarão cada vez mais o seu espaço no mercado, em contra partida, as empresas que estacionarem no tempo e no espaço sucumbirão assim como ocorreu com a Kodak, com a Olivetti, e com a VARIG.

Nesse contexto, a MODUS tem à disposição de empresários interessados, o PEG - PROGRAMA DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, com formatos de análise, assessoramento e ações visando esse novo olhar para o mercado.




Artigo by Francisco T M Viana
Diretor de Logística e Planejamento Estratégico da MODUS Gestão e Mobilidade